Alguns craques já vestiram a camisa do Santo André. Porém, poucos foram tão importantes para a história do futebol como Ademir da Guia, maior ídolo do Palmeiras. Foi por apenas uma partida, mas o suficiente para ficar na memória dos torcedores do Ramalhão. “Eu era criança e entrei em campo de mãos dadas com ele, isso não vou esquecer nunca”, diz Ricardo da Silva, conhecido como Maradona.
O jogo foi no dia 7 de fevereiro de 1980, contra o Santos. O Divino foi a grande atração que a diretoria andreense trouxe para a inauguração dos refletores do Estádio Bruno José Daniel. “Podem ter certeza que se ele jogar, o torcedor verá aquele mesmo futebol elegante, de passadas vistosas, que tanto encantou o Brasil”, disse o então diretor de futebol Elias Fallani ao Diário do Grande ABC.
A possibilidade de atuar ao lado do eterno camisa 10 alviverde também contagiou os jogadores do Ramalhão. “A gente ficou naquela expectativa, receber o Ademir aqui em Santo André. Naquela época era muito difícil um jogador daquele nível vir pra cá e todos queriam jogar com ele”, conta o ex-meio campista andreense Arnaldinho.
Ele lembra que o jogo foi intenso e brigado, porém o Divino teve alguns privilégios dos adversários. “Dava pra ver que os jogadores do Santos não chegavam junto nele da mesma forma”, relembra.

Uma das principais motivações para o filho de Domingos da Guia participar do jogo foi mostrar um pouco de sua classe para as pessoas que não tiveram o prazer de vê-lo bailar pelos campos do país. “O importante é a gente merecer o carinho das pessoas. Eu sei que lá em Santo André e no resto do ABC existem muitos palmeirenses”.
A reportagem do DGABC não poupou o desempenho do meia, que já beirava os 40 anos. “Nem mesmo Ademir da Guia conseguiu salvar o espetáculo. O ex-jogador do Palmeiras e da Seleção Brasileira praticamente andou em campo durante os 18 minutos, demonstrando estar completamente fora de forma”.
Além da idade avançada e dos problemas físicos, outros fatores prejudicaram o craque. Sem ter feito qualquer treinamento com o resto da equipe, o folclórico técnico Luiz Carlos Fescina escalou o Divino como médio volante. “Ele é craque e por isso não vai sentir dificuldades em atuar mais recuado, diferente das características que apresentava pela meia esquerda”, disse o treinador.
Com a humildade que o caracteriza, Ademir lembra com carinho da partida. “Eu joguei um pouquinho, só pra participar pelo menos uma vez! Isso aí que ficou como recordação! Poder ter essa honra de vestir a camisa do Santo André foi muito bacana.” Que é isso Ademir…A honra foi toda nossa!!!
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