quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

TJD pune Santo André

O Tribunal de Justiça Desportiva da Federação Paulista de Futebol se reuniu em sessão realizada no dia 15/12/2014 e seus auditores resolveram punir o atleta do EC Santo André Muller Fernandes por uma partida, pelo art 258 (ofensas morais) e por infração ao art. 191-I c/c art. 213-I, condenaram o EC.Santo André na multa de R$ 1.000,00 e na perda do mando de campo de 1 partida.

A perda de mando de campo se refere a utilização de sinalizadores no primeiro jogo da final da Copa Paulista, disputado no Estádio Anacleto Campanella cotra o Botafogo de Ribeirão Preto. O jogo terminou com um empate em um a um e atendendo a uma determinação da Federação Paulista de Futebol datada de Fevereiro de 2013, paralisou o jogo temporariamente, comunicou ao delegado da partida e ao policiamento e fez constar na súmula do jogo.

A pena prevista por essa infração é de multa de R$100 a R$100 mil e a perda de mando de campo de uma a dez partidas. Caso o clube identifique o autor do disparo e encaminhá-lo a delegacia e registrar um boletim de ocorrência pode escapar das punições.


A discussão é ótima, pois envolve festas na arquibancada e lutas contra ou a favor da proibição do uso de fogos e sinalizadores nos estádios. Hoje temos uma campanha entre torcedores entitulada "Pirotecnia não é crime" que é citada em todas as discussões a esse respeito. Essa campanha se apóia na Constituição, quando cita o direito a propriedade privada e de liberdade individual e contra com o apoio de vários torcedores e torcidas, hoje podemos ver vários movimentos de apoio a esses espetáculos.

O fato é que a medida veio após a morte do garoto na Bolívia, por um mal uso de sinalizadores. Alias, todas essas discussões e proibições vem do mal uso dos recursos que deveriam ser utilizados somente para deixar o espetáculo bonito. Um exemplo disso é o jogo onde a torcida para um ataque com sinalizadores. 


Sei que isso é um ponto fora da curva, e que casos como esse, ou como do menino boliviano que morreu no jogo da Libertadores são a exceção, porém esses fatos é que justificam as proibições. Obviamente que o espetáculo fica mais vistoso com os efeitos pirotécnicos, e que pirotecnia realmente não é crime, mas o que observamos nos nossos estádios é que o comportamento de festa muda radicalmente quando o time está perdendo, partindo de festa para agressão em questão de minutos, como mostra essa outra imagem...

Acho que a solução está no diálogo... o Estado de São Paulo é um dos únicos da Federação onde torcedor não pode entrar no campo com bandeiras com mastro, onde a repressão do aparelho policial parece estar mais presente. Estádios de futebol representam a manifestação popular e devem estar sempre preparados para que seus eventos sejam festivos. Porém tudo isso necessita de bom senso e punição as exceções, e não somente repressão sem diálogo. 

Vamos acompanhar o desdobramento dessa punição, se haverá recurso ou não e como ficará esse caso, pois o time Andreense conseguiu esse ano a vantagem de dez mandos contra nove dos últimos anos devido a sua colocação no último campeonato. 

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