quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Baú do Bellotti - Os Baixinhos Frenéticos

Vivíamos o ano de 1979, o Santo André, campeão Paulista de 1975 e finalista de 1976 não conseguiu editar boas campanhas em 1977 e 1978, com dificuldades financeiras para formação de um time. Porém em 1979 o time teve uma campanha destacada na disputa do Campoenato Paulista.

O time era comandado pelo experiente Sylvio Pirillo que teve destaque como técnico nas equipes cariocas. Tem uma marca importante na sua carreira, em 1957 foi técnico da seleção brasileira de futebol e foi o primeiro a convocar Pelé, para a Copa Roca. Pirillo a época tinha 63 anos e comandou um time que marcou época no Ramalhão.

O time se destacou pelo quadrado do meio campo, que em muitas vezes se transformava em um losango, cujos jogadores não passavam de 1,65m de altura. Eram os chamados "baixinhos frenéticos". O quadrado começava com Fernandinho, ou Fernado Luiz Campanholi, volante, à época com 28 anos era o mais experiente dos quatro. Arnaldo, um meia de muita habilidade, surgia da base, com 19 anos e começava uma história de muito sucesso no time Andreense. Cunha, também na casa dos 30 anos, que por muitos anos foi ídolo do Botafogo de Ribeirão Preto e Da Silva, atacante de 21 anos. Esse time compensava a baixa estatura de seus jogadores com muita habilidade e um futebol de qualidade.

Os jogadores comentavam o fato de uma maneira mais descontraída.

Fernandinho destacava "A gente toca a bola e deixa o adverário desesperado, correndo como barata tonta. Não somos os maiores, mas podemos ser os melhores." Arnaldo também brincou com o fato: "Se tenho problemas com a minha altura? Não. E o Amaral, do Corinthians, que o diga. no amistoso que fizeram aqui há pouco tempo não conseguiu me parar uma única vez. Marquei dois gols. É uma boa prova? " Cunha também se defendia; "O tamanho de um homem está na sua inteligência, e não no seu corpo". Da Silva decretava: "Pelo alto não pego nada, mas por baixo sou mais eu".

Eles contavam inúmeras ameaças de adversários, além de intimidações pela baixa estatura. Se por um lado os pontas andreenses não viam opções quando chegavam ao fundo para o cruzamento na área, o time demonstrava um toque de bola refinado, levava a bola ao gol adversário com maesrtia desse quarteto, que ainda tinha a figura de outro baixinho, o meia Bona.

Esse time em 1979 disputou 39 jogos válidos pelo Campeonato Paulista, com 18 vitorias , 10 empates e 11 derrotas, marcando 51 gols e sofrendo 32. Destaque para a goleada de seis a zero contra o Paulista em Jundiaí. O que marcou essa ano fois a fase final, disputada entre Taubaté, São José, Esportiva de Guaratinguetá e Santo André, marcada por muita violência dentro e fora de campo.

Marcelo Alves Bellotti

3 comentários:

  1. O técnico no decorrer do campeonato foi substituído por José Carlos Fescina, carrancudo treinador que tinha dificuldade de relacionamento com a imprensa, mas com seu jeitão de nordestino autoritário, conseguiu colocar o "pequeninos" na disputa final e no "rebolo" contra o Marília / Federação Paulista.
    Geraldo Dias.

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  2. Faltou incluir o falecido Mazzolinha, lépido Ponta direita que chegou aqui junto com outro baixinho, o Bugre, em 1977. Anos depois fez sucesso no Botafogo do Rio e foi até convocado para a seleção brasieira. Bugre, saiu antes, no final de 1978 foi para o São Paulo e posteriormente para o Atlético Goianense.

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  3. Bugre reside em Iacanga-SP e jogou ao lado do Tulica não só aqui, como também no Atlético Goianense.

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