terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Ídolos do Futebol em Santo André: Luís Pereira

O futebol Andreense mostra histórias incríveis e personagens ilustres. Talvez um dos personagens mais ilustres do futebol brasileiro teve uma passagem por Santo André e deixou uma história a ser contada seja Luis Edmundo Pereira.

Luís Pereira É considerado o 37º (trigésimo sétimo) melhor jogador sul americano de futebol do século XX, pela Federação Internacional de História e Estatística do Futebol (IFFHS), entre tais, o melhor zagueiro central do Brasil. O Zagueiro começou a sua carreira no São Bento e teve passagens por Palmeiras, Seleção Brasileira (copa de 1974), Portuguesa, Corinthians, entre outros, sempre teve uma ligação com o ABC, especialmente com o Esporte Clube Santo André. Em 1968 o Santo André FC estava prestes a contratar o atacante Fedato, que na época defendia o Nacional da capital. Segundo notícias do News Seller, o Palmeiras solicitou que o Santo André liberasse o atacante para que um zagueiro do São Bento, de nome Luis Chevrolet fosse contratado.

O apelido de Luís Chevrolet veio da época que era zagueiro da equipe do General Motors e morador de São Caetano do Sul. Conta-se que esse apelido também gerou o apelido do seu companheiro de zaga no Palmeiras, o Beto Fuscão. A ligação de Luis Pereira com o Santo André continua mesmo antes de ser contratado. O zagueiro participou ainda do primeiro jogo oficial do Estádio Municipal, que posteriormente viria ser chamado de Bruno José Daniel, em 14 de setembro de 1969, na oportunidade jogando pelo Palmeiras, que derrotou o Santo André pelo placar de 4 a 0.

Dezessete anos depois, Luisão Pereira, já com 36 anos foi apresentado como o novo reforço do Esporte Clube Santo André. O jogador chegou ao clube pelo então diretor de futebol Ivo Noal, destacado pela revista Placar como um poderoso banqueiro do jogo do bicho, que além de Luís Pereira trouxe os laterais Paulo e Wladimir, os pontas Pedrinho e Zezé, o meia Gérson e os centroavantes Gaucho e Edmilson. Luís Pereira se demonstrava alegre pelo fato de jogar em Santo André, destacando sempre a responsabilidade e comprometimento com a camisa do Ramalhão. A alegria vinha da possibilidade de visitar a mãe, que continuava morando em São Caetano e de rever os amigos da época que brilhava nas categorias amadoras do futebol no ABC.

Em Santo André, o zagueirão jogou 82 partidas em três temporadas no Campeonato Paulista, marcando 11 gols. Sua marca na passagem pelo Santo André foi o profissionalismo e a seriedade que demonstrou com a camisa Andreense. Em 1987, precisamente no dia 24 de abril, o santo André enfrentava o Palmeiras, uma partida que valia um "título" de campeão do primeiro turno do Paulistão. Como o Palmeiras não ganhava um título desde 1976 e vinha de uma tragédia recente, a perda do título paulista pela Inter um ano antes, o jogo se vestia de dramaticidade. A se julgar pela declaração insana do então presidente do Palmeiras, o Sr. Nelson Duque, que ao ver o Brunão lotado declarou "Culpa do santo André, que não topou levar o jogo para o Pacaembu".

O Palmeiras apresentava ainda o goleiro Zetti, que vinha de uma invencibilidade de treze partidas. Tudo parecia dar certo para o Palmeiras quando aos 18 minutos, o ponta esquerda Mauro fez um a zero. 

O jogo seguia nervoso, quando aos 36 minutos do segundo tempo a bola sobra para Luis Pereira encher as redes do goleiro Zetti, decretando a igualdade no placar. A revista Placar destacou sobre o gol marcado "O autor do chute que mandou o tabu para o espaço há tempos não comemorava com tanta emoção". O zagueirão destacou depois da partida: "Tenho a agradecer ao Santo André, que botou fé no taco do velhinho". Com relação à invencibilidade do goleiro palmeirense, Luisão destacou: "De qualquer forma, tirei um peso das costas de Zetti", declarou. O que ficou marcado até hoje na torcida Andreense é que todos sabiam da ligação forte existente entre Luís Pereira e a equipe do Palmeiras, mas mesmo assim o jogador teve o respeito para com a sua torcida e no momento do gol, comemorou muito sabendo da importância do feito para a sua torcida.

Outra história é contada pelo amigo Alexandre Bachega. Em 1986 o Santo André jogou contra o Mogi Mirim, no estádio de Mogi que na época chamava-se Vail Chaves. O time do Sapão tinha um ótimo centroavante, de nome Silvinho. Tanto que logo a dois minutos de jogo, ele marcou 1 a 0 pro Mogi. No intervalo, quando os jogadores se dirigiam para o vestiário, dona Tosca, torcedora símbolo da TUDA cobrou forte o zagueiro. No intervalo era possível perceber pela movimentação do vestiário, que a cobrança foi forte. Na volta, antes de começar o segundo tempo, Luís Pereira reuniu todos os jogadores. O resultado foi que em dez minutos o santo André já tinha virado o placar. O jogo terminou empatado em dois a dois, mas o que ficou foi a demonstração da liderança do zagueirão sobre o grupo.

Jogador que sempre dignificou sua carreira defendeu as cores do Ramalhão sempre demonstrando muita seriedade e profissionalismo. Sua ligação com o ABC ainda se deu em passagens por equipes amadoras como Barcelona, Cerâmica, General Motors e no profissional, o São Caetano e o EC São Bernardo.

Deixou o Santo André em 1988 e deixou o futebol profissional em 1997. 

Marcelo Alves Bellotti

3 comentários:

  1. Dois comentários: Infelizmente, apesar da montagem extraordinária dos times de 1986 e 1987, o $$ imundo de Ivo Noal, utilizado ali, ofusca a campanha e o desempenho do Ramalhão na época. (Assim como ocorreu em 2010).
    O empate 2x2 contra o Mogi, não foi em Mogi. Foi no Jaçatuba. Eu estava lá. Chovia muito... e o Luizão fez o segundo gol, de cabeça, na cobrança de escanteio...
    Geraldo Dias

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    1. Este 2x2 foi em Mogi sim, Geraldo. Fui até Mogi com a TUDA naquele ano e presenciei tudo com meus próprios olhos. Contei esta passagem ao Bellotti que relatou fielmente aqui no Blog.

      Abraço

      Alexandre

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  2. Que mané $$ imundo!! corneta acha desculpa em tudo para colocar defeito!

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