Há dez anos, um fato mudou a história de um time. Ha dez anos uma partida de futebol mudou a rotina de uma cidade. O imponderável que sempre prega peças ao destino novamente se impôs e fez a alegria de um grupo de torcedores fanáticos que levavam o manto azul e branco ao maior estádio do mundo. O Brasil nesse dia, foi Santo André.
Dizer que houve planejamento é impensável, pois o time que começou a competição não foi nem a sombra do time que terminou a competição. Dizer que o título foi resultado de algo pensado pela diretoria, resultado de um planejamento da temporada é besteira... basta observar os fatos.
Mas todos sabem o que aconteceu... o time se fortaleceu com uma base forte que já havia mostrado o seu valor um ano antes, na conquista inédita da Copa São Paulo de Futebol Junior. E o título veio em cima do Palmeiras, com o Pacaembu lotado, todos torcendo contra o manto azul e branco. O que falar desses bravos guerreiros? Glorificaram essa camisa e passaram por cima do adversário, sua história e sua torcida em uma batalha épica, com tons trágicos, em um resultado de igualdade conseguido no final do jogo, após uma desvantagem de dois gols.
Ao final dessa batalha, o time formou não apenas jogadores de futebol, mas sim guerreiros, que não esmorecem nas dificuldades. Mesmo com o time se desmontando após o Regional, esses guerreiros ajudaram a manter de pé o manto azul e branco.
Vieram mais guerreiros, e juntos foram passando uma a um os obstáculos, sejam técnicos ou táticos, suportando pressão de torcidas e torcedores apaixonados de times de massa desse país. O manto Azul e Branco estreou fácil em Novo Horizonte, depois esteve no Mineirão contra o Atlético Mineiro e sua apaixonada torcida, no Brinco de Ouro da Princesa contra o Guarani, depois no Parque Antártica contra o Palmeiras. Aí sim, o imponderável prevaleceu e coube a um guerreiro forjado nas batalhas da Base fazer o gol que colocava o Manto Azul e Branco entre as quatro principais equipes do país. Tassio foi o herói da classificação!
No Olímpico, não fomos jogar contra os donos da casa, o time do Grêmio, mas contra o 15 de Campo Bom, que havia feito um bom primeiro jogo e tinha a vantagem. Novamente, contamos com um guerreiro da base, Makanaki, que juntamente com Sandro Gaúcho colocaram o Manto Azul e Branco na final da Copa do Brasil.
Então depois de um empate no primeiro jogo, veio a partida no Maracanã, contra o Flamengo... a maior torcida do Brasil, no "maior do mundo", como o Maracanã foi conhecido e reconhecido por muitos anos. O Manto azul e Branco do esporte Clube Santo André brilhou em um Maracanã com mais de 74 mil pessoas incrédulas com o feito Andreense. De um time que se superou, pois foi forjado na dificuldade, passando por obstáculos, acostumado a ouvir vaias e insultos, piadas e menosprezo.
No final, o imponderável prevaleceu e o Manto Azul e Branco foi desfraldado no Rio de Janeiro, com uma conquista que não deixou dúvidas, de um time cuja marca principal era a superação, mas que também sabia o que queria. Em 11 jogos foram 26 gols e somente duas derrotas.
Há dez anos, o futebol se rendia ao Manto Azul e Branco do Esporte Clube Santo André, legítimo CAMPEÃO DA COPA DO BRASIL. 30/06/2004, para sempre na história dos Andreenses.
Parabéns Julio Cesar, Nelsinho, Dedimar, Alex, Dirceu, Gabriel, Osmar, Ramalho, Sandro Gaucho, Elvis, Romerito, Junior Costa, Da Guia, Ronaldo, Dodô, Careca, Tassio, Makanaki, Diego, Barbieri, Marquinhos, Gustavo, Celinho, Marcelo, Sergio Soares, Rafael, Alexandre, Vander, Fumagalli, Cleber Gaucho, Edimilson, Claudio, Jean Carlos, Edvaldo, Fernando.
A todos os Andreenses que sabem o que esse manto significa para todos nós. A homenagem desse dia é para vocês!
Marcelo Alves Bellotti
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